segunda-feira, 20 de julho de 2009

Não somos debilóides

A revista Istoé n.º 2071, desta semana, tem uma matéria com Lenore Skenazy, uma escritora americana que causa alguma controvérsia lá pelas bandas do Tio Sam por tratar seus filhos não como dois imbecis, mas como seres inteligentes e que sabem tomar algumas decisões simples, como escolher qual metrô pegar para chegar em casa, com 10 anos de idade. Claro que isso é um contrassenso numa nação que não reprova mais os alunos do ensino básico por não conseguirem passar nos exames, para não criar trauminha. Nosso país importa todo tipo de lixo, desde o cultural até o lixo mesmo. Uma das porcarias é a idéia ridícula deste tipo de ensino falso que tem como foco a auto estima e a inclusão, e não o aprendizado. Como fosse possível uma pessoa que não foi reprovada na escola, mesmo sem estudar, desempenhar um papel na sociedade que exija cobranças, esforço, superação, estresse. Como essa gente lidará com frustrações, ansiedades, e principalmente, como suportarão falhar? Quem passou toda a infância tratado como um retardado, num passe de mágica tornar-se-á um adulto preparado para os desafios do mundo real? Sem comentários...

Observem que não só na teoria econômica e social molda-se tem tempo um paradigma mundial onde somos todos hipossuficientes, e o nanny state tem que nos salvar dos capitalistas malvados. Também a décadas décadas as ciências relacionadas com a educação corroboram esta absurda visão do ser humano como um ser inapto para viver, que precisa de inúmeras muletas para ter a possibilidade de qualquer sucesso. Nada disto é novo, infelizmente.

É um retrocesso monumental para toda a humanidade este pensamento desgraçado que molda-se a qualquer situação, até no Direito. Lá fora, apesar de cada vez mais o pensamento nanny state infiltrar-se mais e mais na educação e economia, no Direito a Lei é mais dura que aqui. Lá fora digo nos países desenvolvidos, diga-se de passagem. Na terra da Rainha Elizabete, um menino que matar algúem vai preso do mesmo jeito que um adulto. Por aqui, leio notícias de gangues formadas por "menores" que quando fazem 18 anos pronto, são réus primários. Tal excrescência como o ECA - Estatudo da Criança e do Adolescente, é um exemplo preciso da deste pensamento "oh, tadinho, você mata e esfola por culpa da sociedade, você não tem culpa, pobrezinho".

Parem e pensem por instantes, todos os pensamentos totalitários são oriundos da mesma obcena mente criminosa que coloca-se em posição de superioridade. Ela impõe o que é valor (marxistas e esquerdistas em geral), dita o que é o comportamento normal (movimentos de affirmative action), e julgam a sociedade como criminosa ao contrário do delinquente (direitos humanos). Tais patifes, bem ou mal são organizados, e direcionam seus esforços de tal maneira que os valores tradicionais vão-se substituindo sem que outro grupo tenha competência de reafirmá-los. Não vejo outro panorama do que o de uma guerra cultural se formando ao horizonte...

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