sábado, 28 de março de 2009

Não somos robôs

Sempre que vou falar algo ou escrever algo, invariavelmente alguém diz: "mas está muito acalorado, ficasse mais frio seria melhor para convencer". Na Istoé nº 2054, a chamada de capa é justamente sobre emoções. Começa logo assim: "Há um preconceito enraizado contra a livre expressão das emoções na cultura ocidental. Quem demonstra angústia, raiva, alegria excessiva ou medo, tanto no trabalho como na vida pessoal, é considerado passional, irracional, frágil e despreparado para enfrentar a realidade da vida. É aquele que não aprendeu a domar os seus sentimentos e a desenvolver aquilo que nos diferencia dos animais: a racionalidade."

Somos emoção. A maioria, senão totalidade de nossas ações, é senão determinada, mas orientada por nossas emoções. Relacionamentos. Hábitos alimentares. Atividades esportivas. Cultura. E não podia ser diferente. Segue a reportagem citando inúmeros estudos: "
Levantamento da Harvard Medical School, dos Estados Unidos, concluiu que quem reprime frustrações tem três vezes mais chances de se tornar vulnerável no trabalho." depois "Um estudo realizado nos Estados Unidos pela Columbia Business School, pela California University e pela Duke University defende que as emoções podem ser mais confiáveis do que a razão em momentos de decisão." seguindo "[...] um trabalho da Columbia University comprovou que quem negocia com emoção ganha mais dinheiro." e ainda "Estudo do ano passado do departamento de psiquiatria da Wisconsin University, nos Estados Unidos, comprovou que os tímidos são mais suscetíveis ao stress."

Tudo na vida é tempero, se exagerar no discurso puramente emocional, algo tão usado por imbecis políticos damagogos, fica realmente intragável. Porém, somos razão e emoção, e embora ficamos patéticos se escravos de nossas emoções, ficamos robotizados demais se usarmos só a razão. Digamos que a razão aponta o que é certo e errado, mas a emoção tem que assinar embaixo. E vice versa.




segunda-feira, 23 de março de 2009

Um bonsai de totalitarismo



A Áustria é um país bonito, desenvolvido, organizado, certinho, e coisa e tal, que deu ao mundo pessoas incríveis, como o exterminador governador do estado americano da Califórnia, o republicano Arnold Schwarzenegger, os músicos Mozart e Strauß, o bigodudo pai da psicanálise Freud, os economistas Hayek e Von Mises, grandes liberais, e aquele piloto de Fórmula 1, o doido do Nikki Lauda, e claro as maravilhosas pistolas Glock.

Como nada é perfeito, Adolf Hitler nasceu lá, como também o 'monstro do porão', Josef Fritzl, que prendeu a filha por 24 anos sem levantar suspeitas, estuprando-a seguidamente e tendo vários filhos. Antes de dormir assisti a um documentário no canal GNT sobre esse tal Fritzl, e fiquei muito chocado. O documentário tem quase um ano, mas só assisti agora.



Quando lemos notícias deste tipo, horripilantes, vemos algumas fotos nos jornais, revistas e pela internet, ficamos já profundamente impressionados. Porém, nada como um bom documentário, mais invasivo, para dar ao nosso espírito todo impacto de certos acontecimentos. Ficamos imaginando os motivos que levaram um pai a tal loucura. Imaginamos como sentia-se a linda jovem sendo estuprada pelo pai, e tendo vários filhos. A agonia de anos e anos sofrendo taissuplícios . Não consigo imaginar uma pessoa sã que não sinta enorme repulsa ao tomar conhecimento desta sucessão de crimes diabólicos. Prender uma inocente. Estuprar. Ter filhos. Com a própria filha. Que desgraçado!

Agora, vejam a vida como é. Inúmeros ditadores prenderam num porão populações inteiras. Como o austríaco, para permanecerem incontestavelmente no poder prendiam, manipulavam, controlavam totalmente. Chantageavam. Estupravam. Matavam. “Power tends to corrupt; absolute power corrupts absolutely", já dizia Lord Acton. Parece que quanto maior o poder, mais complicado fica para a consciência individual controlar o impulso sexual. Desde sempre. Na Roma antiga, orgias. Idade média, até romper com a Igreja Católica teve rei que rompeu, por seu desejo sexual. Modernamente, tudo se repete. Hitler e suas bizarrices, com namoradas tentando suicídio de tão pesadas suas perversões. Mussolini, o da voz bonita, outro grande namorador. Fidel Castro e suas 35.000 mulheres. Trinta e cinco mil. Trujillo, o bode, que deu até em filme, com Isabella Rossellini. O poder totalitário põe você no limite. Você pode ter sórdidos desejos, de transar com inúmeras moças jovens, tenras, de rostos angelicais, seios firmes, pele macia, nádegas agradáveis ao toque, cabelos sedosos e perfumados. Você pode dar vazão à besta. Matou seus opositores. Domina a situação. Caso note algum olhar de reprovação, seja de quem for, você arranca os olhos. Sua presença deixa o ar pesado. É um ditador. Um fascínora. Seguiu a cartilha macabra de fazer tudo que foi possível e impossível para assumir o poder. Quem diabos pode dizer algo de sua vida sexual nessa posição? O problema não é nem dizer, e daí que digam? Que se escandalizem. Horrorizem. Grande coisa. Você é superior. A lei, a ordem, tudo, depende de você. Nem precisa ser ditador, lembrem-se do malandro ex-presidente Bill Clinton e o caso da boqueteira estagiária.

Então analizemos friamente: sentimos revolta sobre essa desgraçada história do porão por qual motivo? Será que é por ser pai e filha? E se fosse uma estranha? Você sentiria tanta repulsa? Não houvesse o script do papel do pai protetor e tal, a história seria tão arrepiante para você? Pra mim daria no mesmo. Fosse uma qualquer, um qualquer, o que fosse. Manter-se uma pessoa sem merecer presa, sem direito a nada, vivendo numa condição inominável, pode ser num porão, como neste caso austríaco, numa ilha, como Cuba, ou num continente, como a Coréia do Norte.

São todos Josef Fritzl e todos os cidadãos são Elizabeths. O estupro da liberdade de expressão, a clausura, o terror de depender do carrasco, são rigorosamente os mesmos. Quem não tiver o mesmo sentimento com relação aos regimes totalitários, ou regimes fritzlianos, tem uma grave perversão moral, do nível de qualquer ditador destes, vermes dos vermes, seja de todo um continente, ou de uma única cela. Porão. É uma diferença de tamanho, apenas.

O mundo agora encontra-se em fase de fritzlização, e só vejo as pessoas escandalizadas com totalitarismos bonsai, quando tem uma Amazônia de totalitarismo crescendo bem debaixo de seus narizes.

domingo, 22 de março de 2009

Liberdade ainda mais sufocada na Venezuela



O ditador presidente Hugo Chávez continua atacando a liberdade na Venezuela. Do Último Segundo:

Venezuela lança pacote econômico para combater crise

22/03/2009 - 07:35 - Agência Estado

Logo Agência Estado

O presidente venezuelano, Hugo Chávez, anunciou ontem um pacote de medidas econômicas para combater os efeitos da crise global e da queda dos preços do petróleo. Entre elas estão restrições à importação de bens de luxo, o aumento de 9% para 12% do Imposto sobre Valor Agregado (IVA) e um enxugamento de órgãos do Estado que inclui a redução de gastos em publicidade - principalmente nos jornais opositores.

"Às vezes vejo páginas e páginas de publicidade (estatal) nos jornais da burguesia", disse. "Estamos alimentando o inimigo."

Chávez anunciou ainda uma elevação de 20% no salário mínimo (de US$ 372) até setembro e uma redução na remuneração de altos funcionários do governo. Ele disse que Estados e municípios (muitos dos quais estão nas mãos da oposição) também devem enxugar suas contas e reduzir salários do alto escalão.

Com as novas medidas, a estimativa de gastos do governo prevista no orçamento de 2009 será reduzida em 6,7%. O orçamento, que fazia previsões para a arrecadação com base no barril de petróleo a US$ 60, foi revisto. Agora a previsão para o barril é de US$ 40 - pouco mais que o preço médio dos últimos três meses, de US$ 37. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


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Ainda tem gente que goza de enorme prestígio acreditando que o falador de merda coronel não é um ditador, ainda. O que falta para o 'cargo' de ditador? Será que se trata de alguma brincadeira de criança, tipo, "aaaaah, você só vira ditador se mandar em tudo e todos sem leis". Para enganar tais panacas pessoas, basta o patife Chávez governar fazendo leis, e pronto, se você chamá-lo de ditador, o errado é você. Com essas medidas, fica clara sua intenção de nunca mais sair do governo da Venezuela, só morto, quiçá inválido, como seu guru Fidel Castro.

Num mundo supostamente livre, toda arbitrariedade deveria causar incômodo. Mas, em tempos de perfeitos idiotas latinoamericanos, garanto que muita gente lê até com simpatia tais notícias. Qualquer medida totalitária, ao invés de ser sinal patognomônico de um compromisso com o mal – que foram e são todas as ditaduras até hoje, das menos assassinas até as mais – hoje em dia podem até ser vistas com bons olhos por pessoas educadas. Essa percepção completamente equivocada da realidade objetiva não é fato isolado, aqui no Brasil. Será que foram os anos de doutrinação esquerdista sub-reptícia o fator principal para tornar tal disparate possível? É quase regra geral que para supostamente sanar "desigualdades", toda sorte de desmandos é tolerada, até ataques diretos e frontais contra a liberdade. A falta de liberdade sufoca, prende, humilha, torna a vida inteira de uma nação um odioso teatrinho de corrupção, terror e falta de esperança. Ainda assim toleram restrições à liberdade em nome da tal "justiça social".

Um prato cheio para quem diz querer libertar, prendendo e proibindo.

sexta-feira, 20 de março de 2009

Advogados e liberdade

Para meu espanto, mais um email do amigo que me incentivou a escrever esse blog. Já vi que tenho um colaborador, que bom. O tal email falava sobre um adevogado advogado que foi maltratado em Brasília, quando acompanhava seu cliente numa delegacia. Os puliça policiais o impediram de trabalhar, e quer ver um vespeiro, complique a vida de um advogado, são tão unidos que até na Constituição foram parar. Mas também, o que diabos não está na constituição? Até bicho tem. Sim, e é claro que meu amigo é advogado.

Maaaaaaas, o que interessa é que foi ponto para a liberdade, então, viva!

Advogado tem livre acesso em delegacias

Ver autoresPor Rodrigo Haidar

O advogado tem entre suas prerrogativas a de entrar em delegacias ou quaisquer repartições públicas quando age em defesa dos interesses de seu cliente. A garantia para o bom exercício da profissão foi reconhecida pela 2ª Turma Recursal dos Juizados Cíveis e Criminais do Distrito Federal. Por maioria, os juízes deram Habeas Corpus para trancar Termo Circunstanciado instaurado contra um advogado brasiliense por suposto crime de desobediência.

O advogado Márcio Gesteira Palma, que defendeu o colega acusado, sustentou que “para a configuração do crime de desobediência, é indispensável a legalidade da ordem emanada”. O que não ocorreu no caso julgado, segundo ele. De acordo com o processo, o advogado foi acusado de desobediência por reagir contra abusos cometidos por policiais contra seu cliente, que se envolveu em acidente de trânsito.

Os juízes da 2ª Turma Recursal dos Juizados do Distrito Federal reconheceram o abuso. O advogado foi até o local do acidente e acompanhou seu cliente até a delegacia, para que fosse feito exame clínico de embriaguez e prestados esclarecimentos sobre o acidente. Já na delegacia e de posse do resultado do exame de alcoolemia, um agente policial pediu que o acusado pelo acidente ultrapassasse o balcão de atendimento e decidiu algemá-lo.

Primeiro, o advogado protestou contra o uso de algemas. Depois, foi acompanhá-lo e, de acordo com os autos, o agente impediu sua entrada. O defensor, então, mostrou a carteira de advogado citou que o Estatuto da Advocacia garantia que ele assistisse seu cliente. Diante da insistência do advogado, os agentes lhe tomaram a carteira profissional e o colocaram para fora da delegacia, à força.

O advogado entrou com representação contra os policiais. Estes o acusaram de crime de desobediência. No pedido de HC para trancar a acusação contra o advogado, seu defensor lembrou que o artigo 7º, inciso VI, alínea b, do Estatuto da Advocacia determina que os advogados têm o direito de ingressar livremente “nas salas e dependências de audiências, secretarias, cartórios, ofícios de justiça, serviços notariais e de registro, e, no caso de delegacias e prisões, mesmo fora da hora de expediente e independentemente da presença de seus titulares”.

Márcio Palma sustentou que, como revela a lei, o acusado de desobediência nada mais fez do que cumprir com o dever de fazer valer sua prerrogativa — que, na verdade, se traduz em uma garantia para o seu cliente. O crime de desobediência é tipificado no artigo 330 do Código Penal. De acordo com o dispositivo, é crime “desobedecer a ordem legal de funcionário público: pena — detenção, de quinze dias a seis meses, e multa”.

O advogado sustentou que a própria descrição do crime revela que a acusação não se fundamenta. “Não basta que uma autoridade competente profira ordem. Esta, para a configuração da desobediência, deve ser legal e legítima”. Os argumentos foram acolhidos e o Termo Circunstanciado trancado.

Carta do General



Um amigo que me incentivou a escrever minhas idéias neste blog, enviou-me por email uma carta de um integrante do Grupo Guararapes, o General aposentado Reformado Francisco Batista Torres de Melo, que do alto dos seus mais de oitenta anos, animou-se com aquela entrevista de Jarbas, onde chamou seus colegas de partido de corruptos.

"Fortaleza, 17 de fevereiro de 2009

O senhor se sublimou com a entrevista na VEJA. O senhor será o mais perseguido dos políticos do País. Não se assuste. Estarei ao seu lado.

Sabe quem eu sou? Um cidadão brasileiro que viu a desgraça do País em 1964. Vi a fome e vi a miséria humana. Vi a fome matar filhos de meus soldados da Polícia Militar do Piauí. Vi o Brasil ser salvo de uma ditadura de esquerda, onde assassinos brasileiros se especializavam em CUBA - URSS - CHINA em cursos de guerrilhas para matar brasileiro e hoje roubam o nosso país, descaradamente.

Vi tudo isso e vi o Brasil voltar a DEMOCRACIA tão falada e defendida pelo senhor. O senhor diz que era do MDB para combater a ditadura dos militares e os militares defendendo a DEMOCRACIA e morrendo contra os MARIGUELLAS, as DILMAS, os que mudavam de caras como Zé Dirceu etc. Deu no que deu. Nós não queremos tomar conta do Brasil. Queremos um Brasil digno para nossos filhos. Quando abro a TV Senado e vejo determinadas caras falando tenho vontade de quebrar a TV. Nenhuma reação acontecerá. Ficarão calados parecendo que não é com eles.

O senhor foi enganado e eu continuei firme no meu Exército. Agora estamos juntos por questões de princípios. Odeio a MENTIRA. amo a VERDADE. Odeio quem ROUBA e amo quem TRABALHA. Odeio o SEM CARÁTER e amo o PATRIOTA. Odeio o CANALHA e amo a grandeza do homem que tem DIGNIDADE.

Tenho na minha cabeceira o HOMEM MEDÍOCRE de JOSÉ INGENEIROS. Vivemos a mediocridade da postura, do cabelo grande, do SIFU, da cantada, e a ideia que dinheiro compra tudo. Para alguns o descaramento é tanto que o que interessa é sexo, dinheiro e poder. Tenho nojo de tanta mediocridade. Vende-se até a mãe. Nada mais deprimente como algumas senhoras foram expostas pelos maridos no plenário do Senado. Quando a mulher chora em público é porque a dor é profunda. Políticos usaram-nas como biombos de seus crimes e até para tirar dinheiro roubado em banco. Não se respeita mais nem a mulher no Brasil. Chegamos ao mais profundo lamaçal.

O senhor afirmou que seu Partido é corrupto. Só ele ou todos? E o papel da Justiça em tudo isso? Agora é o STF legalizando o roubo, o crime organizado, o crime do colarinho branco e a sociedade perdida no emaranhado de leis.

Sabe como o senhor será chamado no seu Senado? Imbecil. O senhor foi contra a canalha que governa. O senhor foi contra o sistema. Sabe como serei visto: Um Don Quixote. Somos dois Don Quixotes, mas podemos entrar em qualquer lugar do Brasil. Eles, aqueles que combatemos, precisam de Polícia, de carros blindados e outras coisas mais, pois são apenas ladrões do nosso povo.

Não aceito o senhor sair da arena. Torne-se um Cícero ou Catão. Vá todo dia para o senado e não permita que a canalha fale. Grite. Talvez o senador PEDRO SIMON possa lhe ajudar. Vamos unir força para salvar o País. Assim, fez Cícero e salvou ROMA de CATILINA. Pode ser que o PEDRO SIMON grite também e o SENADO crie um pouco de vergonha na cara.

Criei alma nova. Apareceu um macho neste País de eunucos. Ou agora ou nunca mais. Vão vender o Brasil para ganhar a eleição de 2010. São irresponsáveis.

Por amor de DEUS fique firme na trincheira."
A empolgação do velho general com certeza é causada pela esperança em ver alguém que "dê jeito" nesta país antes que bata as botas. Quer ver alguém que ama o Brasil, converse com um militar de carreira. Porém, como aquela velha frase de que uma andorinha só não faz verão, um senador só não vai dar jeito, pois a solução para Brasília é uma bomba atômica reviravolta neste sistema democrático que favorece oportunistas populistas.

segunda-feira, 16 de março de 2009

Fidel reloaded

O ditador presidente venezuelano continua implantando o socialismo por lá. Diz a lenda que o socialismo morreu, não é? Então como denominar as ações que ele toma por lá? Você acredita nisso?

Da Folha Online:

Após tomar portos, Chávez quer aumentar preço da gasolina e serviços.

Chávez oferece base no caribe para bombardeiros russos.

Você gosta disso? Eu não.

sábado, 14 de março de 2009

Carrinho na liberdade 2

Do claudiohumberto.com.br

Britto critica criação de carteirinha estatal para ter acesso aos estádios

Foto
Cezar Br
O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Cezar Britto, afirmou hoje (13) que é uma redundância exigir do torcedor brasileiro que retire uma carteira ou cartão magnético para poder comprar ingressos de partidas de futebol e ter acesso a estádios. Isso porque, segundo Britto, a forma de o cidadão se identificar no país é por meio de sua carteira de identidade, "nem mais, nem menos". “O direito de ir e vir, especialmente para fazer valer a paixão do brasileiro pelo futebol, não pode ficar condicionado à prévia autorização estatal”, diz. Na avaliação do presidente da OAB, se a idéia é proteger o cidadão da violência nos estádios de futebol, o que haver é um melhor policiamento e a utilização de forma mais eficiente do serviço de inteligência para por fim aos criminosos que se infiltram nas torcidas organizadas. "Controlar, aumentando o poder de vigilância genérica, é o mesmo que dizer que todos somos culpados por antecipação", afirmou Britto. "Não me parece uma boa idéia a criação de uma carteira ou um cadastro para o torcedor, que já está identificado por meio de sua carteira de identidade".


Que legal, alguém importante defendendo a liberdade... Quase senti uma leve sensação de 'nem tudo está perdido'.

Carrinho na liberdade



Há quem diga que os algum setor satânico secreto do governo dos EUA forjou os acontecimentos de 11/09 somente para diminuir a liberdade individual da população, justificada por uma suposta 'guerra ao terror'.

Como nosso 11/09 foi um maluco que roubou um teco-teco e jogou num shopping em Goiânia, ao invés de roubar um jato comercial e cair em cima do congresso, o que seria uma maravilha tragédia de verdade, caso não fosse sempre um lugar sempre meio vazio, o governo fica arrumando desculpas para diminuir a liberdade da gente.

Aqui o terrorismo é alimentado com dinheiro público (sim, MST), e nossos governantes acreditam que as FARC não são terroristas, assim como Battisti, entre outros, Lula ficou "escandalizado" com 37 mortes em conflitos de torcidas, por todo Brasil em 5 anos, número de homicídios que ocorre em PE num único fim de semana. Essa enorme sensibilidade seletiva do presidente do nosso futebolístico país alimentou, aqui, como nos EUA, uma diminuição das liberdades individuais.

Querem cadastrar todos os vândalos torcedores, então, para você e eu entrarmos num estádio, além de ter certidão de nascimento, CPF, carteiras mil, ainda precisamos estar com nossos lindos nome numa carteirinha. Para variar, menos liberdade. E "de graça", como se as carteirinhas fossem cair do céu, assim como as pessoas que as confeccionarão, e alimentarão tal cadastro.

Para finalizar, no país dos direitos e da ausência de deveres, Luiz da Silva falou que "o torcedor tem o direito de ver seu time na TV aberta. Mas isso só ocorre para quem TV a cabo". Aproveitando o absurdo, sugiro que o governo crie a TV Futebol, e que transmita nacionalmente todos os jogos, desde peladas até jogos da seleção da Globo e da Nike nossa seleção.

As notícias são tão absurdas que nosso cérebro desiste de apontar as loucuras.

sexta-feira, 13 de março de 2009

Reflexões de um imbecil



Fidel Castro sempre foi tido por grande parte da imprensa mundial como 'presidente' de Cuba, como se pudesse haver um presidente moralmente aceito sem existir voto. Mas para os comunistas, tudo não passa de detalhes, o povo precisava é ser libertado do imperialismo, e mesmo depois de meio século, ainda não sabem o que é melhor para eles, Tio Raul sabe, assim como o Partido.

Aqui no Brasil, o público está tão acostumado a ser dopado informado pela classe jornalística que não sabe a diferença entre o certo e o errado, o bem e o mal, devidamente impregnados de gramcianismo, que com certeza faz que muitos olhem com bons olhos para o 'Papai Noel do comunismo', como se ele e seu regime demoníaco não tivessem assassinado infinitamente mais que qualquer outra ditadura sulamericana.

Na sua coluna Reflexões de um imbecil Reflexiones de Fidel, no Granma, o ditador ex-presidente, aproveitando-se a situação econômica, ocasionada por normas do governo americano que permitiram empréstimos sem preocupação alguma por parte dos bancos se seriam pagos, pois o governo cobriria, Fidel, numa manobra hábil, aponta 'falhas' no sistema capitalista, problemático justamente por uma manobra socialista: caso não houvesse tais interferências por parte do governo, os bancos ficariam bem receosos de emprestar dinheiro a quem não pode pagar, e nada disso teria acontecido.

Aproveitando a deixa, cita trechos da Reuters onde se afirma que as economias sulamericanas não crescerão, não porque são baseadas em matérias primas, pela incompetência e subserviência nossa, mas por conta da crise na economia mundial.

Depois aborda o problema da cocaína, citando trechos da EFE, The Guardian e AFP, falando dos problemas gerados pela produção de coca, que por sinal existem só porque existe a proibição.

Enfim, dois problemas causados por regulamentações, e o problema é do capitalismo, do livre mercado...

Tenho certeza que muitos lêem esta porcaria, e falam orgulhosinhos: "nossa, Fidel mesmo com o pé na cova tem grande percepção na realidade..."

É o fim do mundo.

domingo, 8 de março de 2009

Geração "o que é liberdade individual?"

Nesse fim de semana, na comemoração do aniversário de um amigo, tive mais uma prova que as liberdades individuais estão correndo um sério risco. Conversávamos sobre futebol, e um amigo nosso (que por sinal morto de bêbado caiu no estádio e ficou com um roxo digno de nota), contava sua aventura de voltar do jogo totalmente embreagado, em plena lei seca. Passou por uma blitz sem ser parado, com mais dois amigos no carro, e viva o Brasil.

Estávamos em uns dez na mesa, e eu falei que sou contrário a essa lei que pune com o mesmo rigor quem toma um cálice de vinho e nem envolveu-se em acidente, e que caso acontecesse de ser parado numa blitz pode sofrer grandes transtornos, da mesma forma que um motorista, como meu colega que vinha do campo bêbado, mas na tranquilidade, se é que vocês me entendem.

Fiquei atônito como todos concordaram com a lei, pelo resultado na diminuição dos acidentes. Tentei argumentar que era um absurdo não poder tomar nem um copo de cerveja, e todos falaram que a lei estava certa mesmo e ponto final.

Mal sabem eles que quem abre mão de liberdade essencial para uma pequena e temporária segurança, não merece nem liberdade nem segurança.

"They who can give up essential liberty to obtain a little temporary safety, deserve neither liberty nor safety"

Benjamin Franklin

E assim vai vivendo a geração que desconhece princípios de liberdade individual, porque jamais tiveram nem sequer acesso.

Tristes tempos, não é?

quarta-feira, 4 de março de 2009

Entrevista à Veja do Senador Jarbas Vasconcelos


Desde que o faraó, digo, presidente JK decidiu fazer a cidade que é muito bonita, diferente e moderna, digo, igual a uma aí do Egito antigo, é confusão demais ali, nossa.

Agora é com o Senador Jarbas, um ousado a dizer coisas que muitos poderesos não querem ouvir, na entrevista à Veja, e que eu nem tinha lido, diga-se de passagem. Como as coisas escritas ficam escritas se ninguém apagar, li, e me assombrei. Grifos em vermelho dos trechos que me assombraram mais.

Entrevista: Jarbas Vasconcelos
O PMDB é corrupto

Senador peemedebista diz que a maioria dos integrantes
do seu partido só pensa em corrupção e que a eleição de
José Sarney à presidência do Congresso é um retrocesso


Otávio Cabral

Cristiano Mariz

"A maioria se incorpora a essas coisas pelas quais os governos vêm sendo denunciados: manipulação de licitações, contratações dirigidas, corrupção em geral"

A ideia de que parlamentares usem seu mandato preferencialmente para obter vantagens pessoais já causou mais revolta. Nos dias que correm, essa noção parece ter sido de tal forma diluída em escândalos a ponto de não mais tocar a corda da indignação. Mesmo em um ambiente político assim anestesiado, as afirmações feitas pelo senador Jarbas Vasconcelos, de 66 anos, 43 dos quais dedicados à política e ao PMDB, nesta entrevista a VEJA soam como um libelo de alta octanagem. Jarbas se revela decepcionado com a política e, principalmente, com os políticos. Ele diz que o Senado virou um teatro de mediocridades e que seus colegas de partido, com raríssimas exceções, só pensam em ocupar cargos no governo para fazer negócios e ganhar comissões. Acusa o ex-governador de Pernambuco: "Boa parte do PMDB quer mesmo é corrupção".

O que representa para a política brasileira a eleição de José Sarney para a presidência do Senado? É um completo retrocesso. A eleição de Sarney foi um processo tortuoso e constrangedor. Havia um candidato, Tião Viana, que, embora petista, estava comprometido em recuperar a imagem do Senado. De repente, Sarney apareceu como candidato, sem nenhum compromisso ético, sem nenhuma preocupação com o Senado, e se elegeu. A moralização e a renovação são incompatíveis com a figura do senador.

Mas ele foi eleito pela maioria dos senadores. Claro, e isso reflete o que pensa a maioria dos colegas de Parlamento. Para mim, não tem nenhum valor se Sarney vai melhorar a gráfica, se vai melhorar os gabinetes, se vai dar aumento aos funcionários. O que importa é que ele não vai mudar a estrutura política nem contribuir para reconstruir uma imagem positiva da Casa. Sarney vai transformar o Senado em um grande Maranhão.

Como o senhor avalia sua atuação no Senado? Às vezes eu me pergunto o que vim fazer aqui. Cheguei em 2007 pensando em dar uma contribuição modesta, mas positiva – e imediatamente me frustrei. Logo no início do mandato, já estourou o escândalo do Renan (Calheiros, ex-presidente do Congresso que usou um lobista para pagar pensão a uma filha). Eu me coloquei na linha de frente pelo seu afastamento porque não concordava com a maneira como ele utilizava o cargo de presidente para se defender das acusações. Desde então, não posso fazer nada, porque sou um dissidente no meu partido. O nível dos debates aqui é inversamente proporcional à preocupação com benesses. É frustrante.

O senador Renan Calheiros acaba de assumir a liderança do PMDB... Ele não tem nenhuma condição moral ou política para ser senador, quanto mais para liderar qualquer partido. Renan é o maior beneficiário desse quadro político de mediocridade em que os escândalos não incomodam mais e acabam se incorporando à paisagem.

O senhor é um dos fundadores do PMDB. Em que o atual partido se parece com aquele criado na oposição ao regime militar? Em nada. Eu entrei no MDB para combater a ditadura, o partido era o conduto de todo o inconformismo nacional. Quando surgiu o pluripartidarismo, o MDB foi perdendo sua grandeza. Hoje, o PMDB é um partido sem bandeiras, sem propostas, sem um norte. É uma confederação de líderes regionais, cada um com seu interesse, sendo que mais de 90% deles praticam o clientelismo, de olho principalmente nos cargos.

Para que o PMDB quer cargos? Para fazer negócios, ganhar comissões. Alguns ainda buscam o prestígio político. Mas a maioria dos peemedebistas se especializou nessas coisas pelas quais os governos são denunciados: manipulação de licitações, contratações dirigidas, corrupção em geral. A corrupção está impregnada em todos os partidos. Boa parte do PMDB quer mesmo é corrupção.

Quando o partido se transformou nessa máquina clientelista? De 1994 para cá, o partido resolveu adotar a estratégia pragmática de usufruir dos governos sem vencer eleição. Daqui a dois anos o PMDB será ocupante do Palácio do Planalto, com José Serra ou com Dilma Rousseff. Não terá aquele gabinete presidencial pomposo no 3º andar, mas terá vários gabinetes ao lado.

Por que o senhor continua no PMDB? Se eu sair daqui irei para onde? É melhor ficar como dissidente, lutando por uma reforma política para fazer um partido novo, ao lado das poucas pessoas sérias que ainda existem hoje na política.

Lula ajudou a fortalecer o PMDB. É de esperar uma retribuição do partido, apoiando a candidatura de Dilma? Não há condições para isso. O PMDB vai se dividir. A parte majoritária ficará com o governo, já que está mamando e não é possível agora uma traição total. E uma parte minoritária, mas significativa, irá para a candidatura de Serra. O partido se tornará livre para ser governo ao lado do candidato vencedor.

O senhor sempre foi elogiado por Lula. Foi o primeiro político a visitá-lo quando deixou a prisão, chegou a ser cotado para vice em sua chapa. O que o levou a se tornar um dos maiores opositores a seu governo no Congresso? Quando Lula foi eleito em 2002, eu vim a Brasília para defender que o PMDB apoiasse o governo, mas sem cargos nem benesses. Era essencial o apoio a Lula, pois ele havia se comprometido com a sociedade a promover reformas e governar com ética. Com o desenrolar do primeiro mandato, diante dos sucessivos escândalos, percebi que Lula não tinha nenhum compromisso com reformas ou com ética. Também não fez reforma tributária, não completou a reforma da Previdência nem a reforma trabalhista. Então eu acho que já foram seis anos perdidos. O mundo passou por uma fase áurea, de bonança, de desenvolvimento, e Lula não conseguiu tirar proveito disso.

A favor do governo Lula há o fato de o país ter voltado a crescer e os indicadores sociais terem melhorado. O grande mérito de Lula foi não ter mexido na economia. Mas foi só. O país não tem infraestrutura, as estradas são ruins, os aeroportos acanhados, os portos estão estrangulados, o setor elétrico vem se arrastando. A política externa do governo é outra piada de mau gosto. Um governo que deixou a ética de lado, que não fez as reformas nem fez nada pela infraestrutura agora tem como bandeira o PAC, que é um amontoado de projetos velhos reunidos em um pacote eleitoreiro. É um governo medíocre. E o mais grave é que essa mediocridade contamina vários setores do país. Não é à toa que o Senado e a Câmara estão piores. Lula não é o único responsável, mas é óbvio que a mediocridade do governo dele leva a isso.

"O marketing de Lula mexe
com o país. Ele optou
pelo assistencialismo,
o que é uma chave para
a popularidade em
um país pobre.
O Bolsa Família é
o maior programa
oficial de compra
de votos do mundo"

Mas esse presidente que o senhor aponta como medíocre é recordista de popularidade. Em seu estado, Pernambuco, o presidente beira os 100% de aprovação. O marketing e o assistencialismo de Lula conseguem mexer com o país inteiro. Imagine isso no Nordeste, que é a região mais pobre. Imagine em Pernambuco, que é a terra dele. Ele fez essa opção clara pelo assistencialismo para milhões de famílias, o que é uma chave para a popularidade em um país pobre. O Bolsa Família é o maior programa oficial de compra de votos do mundo.

O senhor não acha que o Bolsa Família tem virtudes? Há um benefício imediato e uma consequência futura nefasta, pois o programa não tem compromisso com a educação, com a qualificação, com a formação de quadros para o trabalho. Em algumas regiões de Pernambuco, como a Zona da Mata e o agreste, já há uma grande carência de mão-de-obra. Famílias com dois ou três beneficiados pelo programa deixam o trabalho de lado, preferem viver de assistencialismo. Há um restaurante que eu frequento há mais de trinta anos no bairro de Brasília Teimosa, no Recife. Na semana passada cheguei lá e não encontrei o garçom que sempre me atendeu. Perguntei ao gerente e descobri que ele conseguiu uma bolsa para ele e outra para o filho e desistiu de trabalhar. Esse é um retrato do Bolsa Família. A situação imediata do nordestino melhorou, mas a miséria social permanece.

A oposição está acuada pela popularidade de Lula? Eu fui oposição ao governo militar como deputado e me lembro de que o general Médici também era endeusado no Nordeste. Se Lula criou o Bolsa Família, naquela época havia o Funrural, que tinha o mesmo efeito. Mas ninguém desistiu de combater a ditadura por isso. A popularidade de Lula não deveria ser motivo para a extinção da oposição. Temos aqui trinta senadores contrários ao governo. Sempre defendi que cada um de nós fiscalizasse um setor importante do governo. Olhasse com lupa o Banco do Brasil, o PAC, a Petrobras, as licitações, o Bolsa Família, as pajelanças e bondades do governo. Mas ninguém faz nada. Na única vez em que nos organizamos, derrotamos a CPMF. Não é uma batalha perdida, mas a oposição precisa ser mais efetiva. Há um diagnóstico claro de que o governo é medíocre e está comprometendo nosso futuro. A oposição tem de mostrar isso à população.

"Eu fui oposição ao governo militar e me lembro de que Médici era endeusado no Nordeste. Mas ninguém desistiu de combater a ditadura.
A popularidade de Lula não deveria ser motivo para a extinção da oposição"

Para o senhor, o governo é medíocre e a oposição é medíocre. Então há uma mediocrização geral de toda a classe política? Isso mesmo. A classe política hoje é totalmente medíocre. E não é só em Brasília. Prefeitos, vereadores, deputados estaduais também fazem o mais fácil, apelam para o clientelismo. Na política brasileira de hoje, em vez de se construir uma estrada, apela-se para o atalho. É mais fácil.

Por que há essa banalização dos escândalos? O escândalo chocava até cinco ou seis anos atrás. A corrupção sempre existiu, ninguém pode dizer que foi inventada por Lula ou pelo PT. Mas é fato que o comportamento do governo Lula contribui para essa banalização. Ele só afasta as pessoas depois de condenadas, todo mundo é inocente até prova em contrário. Está aí o Obama dando o exemplo do que deve ser feito. Aqui, esperava-se que um operário ajudasse a mudar a política, com seu partido que era o guardião da ética. O PT denunciava todos os desvios, prometia ser diferente ao chegar ao poder. Quando deixou cair a máscara, abriu a porta para a corrupção. O pensamento típico do servidor desonesto é: "Se o PT, que é o PT, mete a mão, por que eu não vou roubar?". Sofri isso na pele quando governava Pernambuco.

É possível mudar essa situação? É possível, mas será um processo longo, não é para esta geração. Não é só mudar nomes, é mudar práticas. A corrupção é um câncer que se impregnou no corpo da política e precisa ser extirpado. Não dá para extirpar tudo de uma vez, mas é preciso começar a encarar o problema.

Como o senhor avalia a candidatura da ministra Dilma Rousseff? A eleição municipal mostrou que a transferência de votos não é automática. Mesmo assim, é um erro a oposição subestimar a força de Lula e a capacidade de Dilma como candidata. Ela é prepotente e autoritária, mas está se moldando. Eu não subestimo o poder de um marqueteiro, da máquina do governo, da política assistencialista, da linguagem de palanque. Tudo isso estará a favor de Dilma.

O senhor parece estar completamente desiludido com a política. Não tenho mais nenhuma vontade de disputar cargos. Acredito muito em Serra e me empenharei em sua candidatura à Presidência. Se ele ganhar, vou me dedicar a reformas essenciais, principalmente a política, que é a mãe de todas as reformas. Mas não tenho mais projeto político pessoal. Já fui prefeito duas vezes, já fui governador duas vezes, não quero mais. Sei que vou ser muito pressionado a disputar o governo em 2010, mas não vou ceder. Seria uma incoerência voltar ao governo e me submeter a tudo isso que critico.

xxx

Essa entrevista mais o discurso de ontem (3 de março) transcrito abaixo criaram uma polêmica terrível. Leiam:

Discurso Pronunciado pelo Senador Jarbas Vasconcelos no Plenário do Senado Federal no dia 3 de março de 2009.

Senhor Presidente,

Senhoras Senadoras,

Senhores Senadores,

Volto a esta tribuna duas semanas depois da entrevista que concedi à Veja, na qual analisei o quadro político do Brasil. Nesse período, li, vi e ouvi as mais diversas análises sobre as minhas palavras. Levantaram teorias conspiratórias, tentaram me descredenciar.

Neste exato momento em que falo para os senhores e senhoras, sei que estão vasculhando a minha vida, investigando as minhas prestações de contas à Justiça Eleitoral e à Receita Federal. Não tenho o que esconder, pois disputei em Pernambuco algumas das eleições mais acirradas da história do Estado.

Não temo esses investigadores, apesar de considerá-los credenciados para tal função, pois de crimes eles entendem.

Essas iniciativas, que têm por objetivo me intimidar, não me surpreendem nem me assustam. Tenho 40 anos de vida pública. Fui Deputado Estadual, Deputado Federal, Prefeito e Governador, sempre com votações expressivas e com reconhecimento da maioria do povo de Pernambuco.

A esses arapongas digo apenas que enfrentei coisas piores quando, na década de 1970, denunciei torturas e violências praticadas pela ditadura militar. Eles não me amedrontam.

Estou nesta Casa há dois anos e um mês, e nada do que afirmei ao repórter Otávio Cabral difere muito do que eu disse a alguns dos senhores e das senhoras. Nesta mesma tribuna, já critiquei a degradação pública à qual está submetido o sistema político brasileiro, alertando para a desqualificação moral dos partidos políticos.

A verdade é sempre inconveniente para quem vive da mentira, da farsa e é beneficiário dessa realidade perversa. Eu constatei o óbvio. Apenas isso. Essa realidade exige ações corretivas - correção de rumos e de práticas.

Nunca tive, não tenho e nem desejo ter vocação para ser paladino da ética. E mais: desconfio daqueles que querem sempre pairar acima dos demais. A verdade é que fui eleito Senador da República para exercer uma função política e não policial ou investigatória.

Mas quero aqui me colocar à disposição de todos aqueles que dentro e fora do Congresso Nacional defendem pensamento semelhante: querem partir para a ação e dar um basta aos desvios no exercício da função pública. Alguns parlamentares já me procuraram com esse objetivo. A eles assegurei o meu apoio e o meu engajamento.

O meu objetivo primordial foi atingido ao fazer com que uma parte expressiva da sociedade brasileira prestasse mais atenção no que ocorre no nosso País. Um quadro aterrador que até agora vinha sendo encoberto pelos bons resultados da economia. O resultado prático foi mostrar ao cidadão comum que vale a pena se indignar, que nem tudo está perdido, que compactuar com a corrupção não é pré-requisito para a carreira política.

É extremamente necessário que algo seja feito, antes que essa degradação comprometa a nossa democracia, levando as novas gerações a um quadro de desalento para com o exercício da política.

Mais importante ainda é que essa mobilização não fique restrita à Câmara e ao Senado, mas que reflita prioritariamente o desejo da sociedade brasileira, o desejo de quem hoje se expressa apenas por meio de cartas, de e-mails e de telefonemas. O exercício da política não comporta espectadores. Quem não faz política verá outros fazê-la em seu lugar, para o bem e para o mal.

Senhor Presidente, cobraram-me nomes, uma lista de políticos que não honram o mandato popular conquistado. A meu ver, essa cobrança em si já é uma distorção do papel de um Parlamentar, que deve ser o de lutar pela ética e por políticas públicas que façam o País avançar.

Instituições como os Tribunais de Contas, o Ministério Público, a Polícia Federal e a própria imprensa têm dado uma contribuição inquestionável e valiosa nessa área.

Não sou afeito aos holofotes e à palavra fácil. Os jornalistas que cobrem os trabalhos do Senado Federal sabem do que estou falando. Mas uma coisa eu posso assegurar: sempre tive posições claras, mesmo nos momentos mais obscuros da história do Brasil. Tenho ojeriza à passividade e à omissão.

Os recentes acontecimentos na Fundação Real Grandeza, o fundo de pensão dos funcionários de Furnas e da Eletronuclear, são uma prova clara e inequívoca do que explicitei na minha entrevista. Repito: não preciso citar nomes, pois eles vêm à tona, infelizmente, quase que diariamente.

A população que paga seus impostos não compreende o porquê da disputa ferrenha entre grupos partidários, sempre envolvendo empresas de orçamentos bilionários.

Quando ocorrem casos como o de Furnas, não dá para esquecer o que aconteceu e o que foi dito. É papel do chefe do Executivo, no caso, o Presidente da República, instalar uma auditoria independente que coloque tudo em pratos limpos. Essa deveria ser a atitude a ser tomada, e não a de deixar a poeira baixar, esperando que a história seja esquecida, abafada por um novo escândalo.

Celina Vargas do Amaral Peixoto, socióloga reconhecida internacionalmente, neta do Presidente Getúlio Vargas, em carta publicada pela revista "Veja", edição de nº 2.101, se manifesta tão horrorizada quanto eu com a degradação do quadro político nacional:

(Abre aspas:)

"Os políticos lutavam por projetos. Brigavam dentro e fora dos partidos, por ideias e pelo poder legitimamente constituído ou não. Entendia-se que o homem público tinha uma missão a cumprir."

(Fecha aspas.)

Ou resgatamos essa lógica para o exercício da política ou vamos continuar estampando capas de revistas e jornais da pior forma possível. Não pensem que me agradou dizer o que eu disse, mas estou convicto de que tinha de fazê-lo.

Aproveito esta oportunidade para agradecer as milhares de correspondências que recebi em apoio a minha entrevista. Foram e-mails, cartas, telegramas, telefonemas. Expresso minha gratidão também pelas cartas enviadas aos jornais e à revista Veja, as quais tive oportunidade de ler nos últimos 15 dias.

Senhoras Senadoras, Senhores Senadores,

O exercício da política não pode ser transformado em um balcão de negócios. O que se vê hoje no nosso País é um sentimento de descrença, com a impunidade corroendo as bases da democracia.

O poder pelo poder leva ao quadro político degenerado que hoje vivemos no nosso País, no qual a esperteza é mais valorizada do que a inteligência e a correção ética.

A conclusão de tudo isso é óbvia. O caminho para resolver as pendências da nossa democracia está em pauta há anos. Refiro-me à Reforma Política - não a esse arremedo de reforma que chegou recentemente ao Congresso Nacional, a qual, segundo afirmam, será "fatiada". Também não me refiro à fidelidade partidária com "prazo de validade", aprovada pela Câmara dos Deputados.

Uma reforma política séria deve, em minha opinião, incluir e aprovar pelo menos quatro pontos:

1 - Financiamento público de campanha;

2 - Fidelidade partidária;

3 - Fim das coligações em eleições proporcionais e

4 - Implantação da cláusula de desempenho.

O financiamento público de campanha é indispensável para evitar a interferência cada vez maior do poder econômico, que corrompe o processo eleitoral.

A proposta de reforma política debatida há algum tempo pela Câmara dos Deputados previa o financiamento público com um custo para a campanha eleitoral de R$ 7 reais por eleitor. Hoje isso representaria um custo de aproximadamente R$ 914 milhões de reais para uma eleição nacional, tomando como referência um eleitorado de 130,6 milhões de pessoas.

De acordo com números do Tribunal Superior Eleitoral, a campanha eleitoral do ano passado custou cerca de R$ 2,43 bilhões. A imprensa, por sua vez, calcula que a despesa real representou até cinco vezes esse valor, chegando à cifra de R$ 12,15 bilhões - mais de 12 vezes o valor estabelecido no projeto da reforma política!

Não sou ingênuo de acreditar que o financiamento público sozinho vá resolver o problema da corrupção e do desvio de recursos públicos para as campanhas eleitorais. Isoladamente, nenhuma dessas propostas que eu citei dará resultados amplos. Por essa razão, questiono a chamada "reforma fatiada".

A fidelidade partidária, por sua vez, é um instrumento para impedir o degradante festival de adesões fisiológicas. Não condeno quem esteja insatisfeito num lugar e queira ir para outro. Mas, no caso dos partidos políticos, isso deve ser a exceção e não a regra, que tem prevalecido há alguns anos.

De todas as medidas de uma reforma política séria e objetiva, talvez a única que obteria um resultado extraordinário isoladamente é a proibição das coligações nas eleições proporcionais. Essas coligações são uma deformidade existente apenas no Brasil, onde se vota em Jose e se elege João.

Senhor Presidente, se o Congresso Nacional fala da reforma da Previdência, todos se interessam. Recebemos milhares de e-mails, milhares de ligações telefônicas. O mesmo se aplica às reformas trabalhista e tributária. Mas a reforma política é vista pela opinião pública como algo de interesse exclusivo dos políticos.

O cidadão talvez não compreenda que a reforma política é a "mãe" de todas as reformas, justamente por assegurar o aprimoramento das instituições responsáveis pelo encaminhamento de todas elas.

Outro espaço para a degradação do exercício da política reside no Orçamento Geral da União. Sua elaboração, aprovação e execução precisam passar por uma profunda e séria reformulação, que estabeleça obrigações severas para o Poder Executivo.

O Parlamento não pode continuar sendo um mero atravessador de verbas públicas, com emendas liberadas às vésperas das votações que interessam ao Governo.

As distorções começam na elaboração do Orçamento, permanecem na sua aprovação e atingem o auge na hora da liberação dos recursos e quando o dinheiro, que deveria ir para obras prioritárias nos municípios, escorre pelos esgotos da corrupção e dos desvios, muitas vezes com a participação dos ordenadores de despesas do Poder Executivo, indicados pelos partidos.

Senhoras Senadoras, Senhores Senadores

Eu Gostaria de aproveitar esta oportunidade para informar que apresentarei um Projeto de Lei que proíbe que as diretorias financeiras de empresas estatais possam ser ocupadas por indicações partidárias. Minha proposta reservará esta posição com exclusividade para funcionários de carreira dessas empresas e autarquias.

Além disso, o nome dos diretores deverão ser aprovados pelo Senado Federal, seguindo o exemplo do que já ocorre hoje com os dirigentes das agências reguladoras.

A classe política - se tivesse bom senso - deveria ficar a quilômetros de distância de qualquer diretoria financeira.

Senhoras Senadoras, Senhores Senadores,

Deixei para a parte final deste meu pronunciamento a questão da impunidade, que considero a conseqüência mais nefasta do quadro de degradação da política e dos nossos compromissos políticos, sociais e éticos.

A impunidade estimula a corrupção, é um cancro que precisa ser extirpado.

Apesar das promessas reiteradas em cada discurso de posse, a cultura da impunidade não apenas permanece entre nós, mas se estabelece em bases sólidas num terreno cada vez mais fértil.

Em outros países - e temos diversos exemplos recentes - uma mera suspeita é suficiente para que haja uma renúncia, a fim de que alguém rejeite uma colocação pública. E essa iniciativa não representa uma confissão de culpa, como alguns poderiam dizer. Significa apenas a sensatez de separar o espaço público das pendências privadas.

No Brasil dos dias atuais, a certeza da impunidade dá uma força muito grande a quem não agiu com lisura e correção. As pessoas se agarram aos cargos como um marisco no casco de um navio - não caem nem nas maiores tempestades.

Senhor Presidente, a corrupção é um fator de desagregação política e social. Ela conduz ao desgaste e enfraquece profundamente a legitimidade do poder constituído.

A partir dessa constatação, gostaria de apresentar mais duas propostas que julgo serem de grande importância, apesar de não serem originais, pois recorri a um documento amplamente difundido há alguns anos. Essas sugestões vou fazer à Frente Parlamentar Anticorrupção:

Primeira - A criação de uma agência anticorrupção, com participação do Executivo, do Legislativo, do Judiciário, do Ministério Público, do Tribunal de Contas da União e de representantes da sociedade civil, para detalhar um Plano Nacional Anticorrupção.

Segunda - A retomada do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral, que pretende acompanhar, junto aos Tribunais Regionais Eleitorais e ao Tribunal Superior Eleitoral, todos os processos relativos às denúncias de compra de votos e uso eleitoral da máquina administrativa.

Eu gostaria também de citar o trecho de um documento que tive oportunidade de ler recentemente.

(Abre aspas:)

"A corrupção no Brasil tem raízes históricas, fundamentos estruturais e impregna a cultura de setores importantes do espectro social, político e econômico. A prática de corruptos e corruptores na esfera do poder se dissemina pela sociedade, como exemplo negativo que vem de cima. O compromisso em erradicá-la não pode se limitar a uma prática de denúncias eventuais e, muito menos, servir a fins eleitorais ou políticos imediatos. Ela exige uma intervenção enérgica pelo fim da impunidade e requer ampla ação cultural educativa pela afirmação dos valores republicanos e democráticos em nossa vida política".

(Fecha aspas.)

Senhores Senadores, Senhoras Senadoras,

Essas duas propostas que acabei de apresentar e também o texto citado constam do documento "Combate À Corrupção - Compromisso Com A Ética", parte do "Programa de Governo 2002 Lula Presidente".

Tomei a liberdade de incorporá-los ao meu discurso por considerar que trazem abordagens atuais, corretas e, principalmente, por nunca terem sido postas em prática pelo atual Governo.

Senhor Presidente,

Encerro o presente discurso com um elogio à CNBB, que, entre os temas da Campanha da Fraternidade deste ano, defende denunciar os crimes contra a ética, a economia popular e as gestões públicas, assim como a injustiça nos institutos da prisão especial, do foro privilegiado e da imunidade parlamentar para crimes comuns.

É essa a postura que se espera da sociedade civil, das igrejas, das entidades de classe e da imprensa. A mudança de postura que se faz necessária no Congresso Nacional só virá pela pressão de todos.

Era o que tinha a dizer.

Muito Obrigado.

xxx


Mais sobre a polêmica aqui no GoogleNews. Tem nem muito o que falar, é triste...

terça-feira, 3 de março de 2009

Idiotas importantes 1

Creio ser uma pessoa irreverente. Desde sempre. Discutia sobre religião com o professor dessa matéria no colégio, que fazia afirmações favoráveis sobre espiritismo, e eu dizia em alto e bom som que ele estava errado, lendo o Deuteronômio 18, 9-12 em voz alta, da Bíblia que trazia de casa. Achava absurdo num colégio católico ouvir tal coisa. Era uma situação muito estranha, a cara de idiota dos meus amiguinhos ao testemunhar tal transgressão os olhos deles, nossa, nunca me esqueço. Olhos de quem tinha simplesmente medo de dar razão a um colega de calças curtas, pois se o professor estava ali para ensinar, não seria eu quem diria que ele estava errado, apesar de embasado numa passagem bíblica lida durante tal discussão. Os mesmo olhos, para meu espanto e não sei se horror ou divertimento, flagro na faculdade, quando discuto com algum professor sobre uma besteira dita. Claro, quanto melhor, mais capacitado, mais ciente do magister o profissional é, menos besteiras você ouve. Já tive a emoção, oh!, de assistir aulas um semestre inteiro e não ouvir nada. Não que eu seja um aluno que vai pra aula pra ficar enchendo o saco do professor, querendo ser o reacionário. Não escuto Rage Against The Machine. Vou pra aula para assistir e apreender o mais que posso, claro, das matérias que eu gosto, as outras, vou para pagar meus pecados... Deve ser por isso que não me formei ainda.

Depois de tantos anos, mudança de curso, transferências, sou um universitário meio 'rodado', e sinto-me muitas vezes como um funcionário público daqueles escrotos, que vai pro serviço com nenhuma outra finalidade a não ser ir. Sempre aprendi mais em casa do que na faculdade, logo não vou com muita sede ao pote na maioria das vezes. Então nessas andanças já vi os tais olhos de "que coisa, ele quer discutir com o professor" inúmeras vezes. E que fique claro, nunca imaginei-me sendo um nenhum pioneiro nessa atitude de questionar os mestres. Apesar desse comportamento ter me feito um pouco diferente da maioria das pessoas, ainda não descobri se isso é bom ou ruim, a pessoa a quem mais questiono sou eu mesmo, e nunca tive o estrelismo de me sentir o primeiro ou último dos questionadores. Não questiono e corrijo por falsa modéstia nem porque acredito que os coitados dos professores sentem-se ameaçados do alto de suas torres de marfim, mas porque estamos numa sala da aula para aprender, vamos aprender certo. Tem alguma lógica, ?

A última que me lembro foi dia desses, o pobre foi inventar de dizer que Bill Gates, sim, ele mesmo, inventou o sistema de janelinhas e tal do sistema operacional 'Ruindowz', da Micro$oft. Pra que? Não aguentei e disse que ele estava enganado, que quem aperfeiçoou tal conceito foi o povo da Xerox, e Steve Jobs da Apple habilmente 'pescou' isso deles, e fez um sistema operacional, o Mac OS. Numa ironia do destino, o próprio Jobs, numa bizarra duplicidade que mudou para sempre o mundo como conhecemos, apresentou o tal Mac OS a Gates, que produziu uma cópia pior, o Windows. Tem até um filme sobre isso, muito fiel à história real, e tem uma frase fantástica: "bons artistas copiam, grandes artistas roubam". O professor ficou com cara de cu e bradou "sou professor a 30 anos de computação", frase que eu responderia grosseiramente, não tenho a menor dúvida, a 5 anos atrás, com algo do tipo "imagine um professor de geografia que não soubesse onde fica o Oceano Atlântico, o que o senhor diria a ele?"

A temperança é uma boa qualidade, e dizer que era professor a tantos anos só mostrou que ele acusou o golpe, pois um grande mestre, e já tive alguns pouquíssimos, caso eu estivesse errado, responderia com suavidade, calma e cuidado, que eu havia me enganado, pois no livro tal, página tal, encontraria a resposta certa, bem como no livro tal, capítulo tal, enfim, me daria farta documentação para provar que eu estava errado, ajudando enormemente a construção do meu saber, pois não há nada pior do que duvidarmos do que está sendo ensinado, e ao contrário, não tem nada melhor que sentirmos grande segurança no que estão nos ensinando, colocando à prova, e examinando, e concluindo que são conceitos verdadeiros. Tem nada novo nisso, os sábios gregos já questionavam seus pupilos sobre o que estava sendo ministrado a eles, agitando a compreensão, eletrizando o espírito, tirando o aluno de uma posição passiva para o dinamismo do aprendizado crítico.

O tempo passa, o tempo voa, o Bamerindus foi engolido pelo HSBC mas o jingle ainda tá na minha cabeça, e porra, e as pessoas continuam com medo de dizer aos importantes que estão errados, mesmo se for besteira.

Fui procurar não sei o que no meu alter ego Google e li uma dessas coisas que faz você parar de fazer o que quer que fosse, e ter vontade de ir atrás da pessoa que disse o que você acabou de ler, e dar várias tapas na cara dela. Várias.

Steve Ballmer, CEO da Micro$oft disse em 2007:

"É uma pergunta um tanto engraçada. Devo trocar 96% do mercado por 4%? (Risos) Quero ter produtos que sejam atraentes a todos. (…) Não há qualquer chance de que o iPhone conquiste uma significativa parcela do mercado. [A Apple] pode ganhar muito dinheiro com ele, mas se você olhar o 1,3 bilhão de celulares que já foram vendidos eu preferiria ter nosso software em 60% ou 70% ou 80% deles do que ter 2% ou 3%, que é o que a Apple pode conseguir."
http://www.usatoday.com/money/companies/management/2007-04-29-ballmer-ceo-forum-usat_N.htm

Não tenho como não me aborrecer profundamente, pois primeiro ele errou grotescamente na análise, o iPhone tornou-se um sucesso global, e agora briga com o Blackberry, que diga-se de passagem tem maior penetração no mundo corporativo. Segundo, fica patente que inúmeras companhias enormes, assim como inúmeros professores, erram e não admitem. Fica patente o uso por Ballmer da estratégia MID, que consiste em espalhar medo, incerteza e dúvida sobre os concorrentes. O mundo empresarial não é exatamente um ambiente dos mais limpos, e joga-se pesado, principalmente entre companhias com faturamentos com mais zeros que bolinhas nas costas de um tubarão baleia.

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O concorrência é um jogo de puxa-empurra que conhecemos bem, e essa prática de "o produto dele é ruim", ao invés do "meu produto é bom", também não é novidade. O que irrita, além de um CEO falar tal coisa, é a diferença entre uma empresa menor, interessada verdadeiramente em utilizar todas as capacidades humanas para realmente produzir um produto tão incrível como a imaginação humana, e uma que tem por prática usar sua capacidade de jogar sujo para ganhar. Creio ser esse um dos motivos que fazem a Apple e outras empresas terem um brilho próprio, e não ter consumidores, mas fãs, pois mesmo inconscientemente, as pessoas notam essa vontade infinita de fazer honestamente o melhor, de utilizar todo esforço da humanidade para fazer o melhor, não só vender mais, ou ser uma gigante idiota como a Micro$oft. A Apple por pensar demais assim quase faliu, mas se reinventou e conseguiu equacionar bem esse "fazer o melhor", com questões mercadológicas.

Considerar-se depositário da verdade absoluta, não dando margem a questionamentos, respondendo com todo tipo de falácias, como a ad antiquetatem do o professor (a 30 anos sou professor e tal), é defeito grave. Seria interessante identificarmos o quanto antes este erro em nós, e lutar para destruí-lo, porém creio que não há muito que fazer em relação aos outros, nem muito menos a organizações. Tenho visto progressos nesse fenômeno, e muitas organizações tem revisto posicionamentos e corrigindo-se.

Tenho pessimismo quanto a esta autoavaliação pois há perigos escorragadios como a relativização de tudo, a possibilidade de que seja visão geral que tudo depende do ponto de vista, enfim, as mesmas distorções desde os tempos das cavernas.

Fico imaginando um mundo interessante onde as pessoas falassem as maiores verdades do mundo com a falta de emoção como quem dá as horas morrendo de sono, num aeroporto, esperando uma conexão que parece demorar tanto quanto o fim do mundo, que agora me ocorreu, marcaram para 2012.

Ensinando a 'revolución'...


MP manda fechar escolas itinerantes do MST no RS; decisão provoca protestos

Do G1, com informações do Jornal da Globo


Trechos...

O promotor público Gilberto Thums disse ainda que não há justificativa para manter escolas itinerantes, já que, segundo ele, a maioria dos acampamentos no estado agora é fixa. “Eu acho que os acampamentos não são ilhas onde se ensina coisas que ninguém pode saber. O ensino público obrigatório tem que ser igual em todos os lugares. Visa simplesmente assegurar a essas crianças um direito que é em condição de igualdade com os demais”, diz.

“O currículo do MEC (Ministério da Educação e Cultura) é seguido nas escolas. Se as crianças têm uma educação além do currículo básico de acordo com a sua realidade, isso não é proibido por lei, muito pelo contrário, é um direito constitucional delas. Nós não podemos compactuar com isso e vamos fazer todo o possível para acabar com isso”, afirma Cláudia Ávila, advogada do MST.




Imagino que seja assim a grade por lá...

Che Guevara, exemplo maior
Como libertar um povo, por Fidel Castro
Táticas de guerrilha
Imperialismo Americano: como destruir
Stálin, o grande herói
Agronegócio: nosso maior inimigo

Acordou de bom humor? Então leia abaixo...

Bovespa tem queda de mais de 5%; dólar fecha a R$ 2,44

Bolsa de NY recua ao menor nível em 11 anos

HSBC tem lucro recorde no Brasil e descarta cortes

Preço do petróleo cai mais de 10% em Nova York

AIG tem prejuízo recorde de US$ 61,7 bi no trimestre

Opel in Germany Seeks $4.2 Billion in Aid

HSBC Seeks $18 Billion in Capital and Cuts 6,100 Jobs

G.D.P. Revision Suggests a Long, Steep Downfall

La mise en faillite, seul remède pour General Motors

La crise financière menace la cohésion européenne

El Merval se derrumbó 7,4% y el dólar subió a $3,62, en otro día negro

El precio del petróleo cae 8,9 por ciento




passou né?


Que nada, sorria, a vida é bela!
http://farm3.static.flickr.com/2277/2172007887_8f2ffab3c8.jpg?v=0

MST, Ministério Público e ouvidor agrário nacional se reúnem nesta terça

http://www.diariodepernambuco.com.br/vidaurbana/nota.asp?materia=20090302210840

02/03/2009 | 21h08 | Ocupações


O ouvidor agrário nacional Gercino Silva, do Ministério do Desenvolvimento Agrário, estará no Recife nesta terça-feira para participar de uma reunião com membros do Ministério Público e do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Segundo o líder do movimento no estado Jaime Amorim, o encontro havia sido marcada antes das quatro mortes de seguranças da fazenda Jabuticaba, em São Joaquim do Monte, no Agreste do estado. Integrantes do MST são os principais suspeitos do crime.

"A gente ia conversar somente sobre o acampamento Bonito, que fica em Condado. A área é ocupada há treze anos e o clima está tenso porque o juiz deu reintegração de posse. Vamos aproveitar o momento para falar também sobre a Fazenda Jaboticaba", disse Amorim.

No mesmo dia do crime, a polícia prendeu em flagrante dois integrantes do MST suspeitos de participarem da chacina. Os agricultores Paulo Alves Cursino, 62 anos, e Aluciano Ferreira dos Santos, 31. Segundo a polícia, ainda há dois suspeitos foragidos.

João Arnaldo da Silva 40, José Wedson da Silva, 26, Rafael Erasmo da Silva, 20, e Wagner Luiz da Silva, 25, foram assassinados por disparos de arma de fogo durante uma nova tentativa de invadir a fazenda, já que no dia 19 os sem-terra tinham sido obrigados pela Justiça a sair do local.Nesta segunda-feira, as armas que seriam dos seguranças foram levadas para perícia no Instituto de Criminalística (IC).

Medição – Na próxima quarta-feira será realizada uma nova medição na área da Fazenda Jaboticaba. A medição do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) deve pôr fim à polêmica que trata do tamanho da área. Isso porque o dono do terreno e a liderança do MST discordam quanto ao espaço total.

O superintendente regional do Incra em Pernambuco, Abelardo Siqueira, disse que vai conversar nesta terça-feira com os proprietários da fazenda ocupada pelos sem-terra para obter autorização para a medição. O terreno somente pode ser disponibilizado para reforma agrária caso tenha mais de 800 hectares.

Em julho do ano passado Abelardo Siqueira chegou a assinar um documento encaminhado ao ouvidor agrário nacional atestando a impossibilidade de promover reforma agrária na fazenda porque teria área inferior à prevista em lei. Destacou, inclusive, que parte da fazenda foi doada pelos donos à Igreja Católica, que fez um centro de recuperação de jovens usuários de drogas.


Com informações do DIARIODEPERNAMBUCO


Pode até ser que os assassinos sejam condenados, mas duvido o MST sofrer alguma sansão, até porque o MST inexiste juridicamente...