sábado, 28 de março de 2009

Não somos robôs

Sempre que vou falar algo ou escrever algo, invariavelmente alguém diz: "mas está muito acalorado, ficasse mais frio seria melhor para convencer". Na Istoé nº 2054, a chamada de capa é justamente sobre emoções. Começa logo assim: "Há um preconceito enraizado contra a livre expressão das emoções na cultura ocidental. Quem demonstra angústia, raiva, alegria excessiva ou medo, tanto no trabalho como na vida pessoal, é considerado passional, irracional, frágil e despreparado para enfrentar a realidade da vida. É aquele que não aprendeu a domar os seus sentimentos e a desenvolver aquilo que nos diferencia dos animais: a racionalidade."

Somos emoção. A maioria, senão totalidade de nossas ações, é senão determinada, mas orientada por nossas emoções. Relacionamentos. Hábitos alimentares. Atividades esportivas. Cultura. E não podia ser diferente. Segue a reportagem citando inúmeros estudos: "
Levantamento da Harvard Medical School, dos Estados Unidos, concluiu que quem reprime frustrações tem três vezes mais chances de se tornar vulnerável no trabalho." depois "Um estudo realizado nos Estados Unidos pela Columbia Business School, pela California University e pela Duke University defende que as emoções podem ser mais confiáveis do que a razão em momentos de decisão." seguindo "[...] um trabalho da Columbia University comprovou que quem negocia com emoção ganha mais dinheiro." e ainda "Estudo do ano passado do departamento de psiquiatria da Wisconsin University, nos Estados Unidos, comprovou que os tímidos são mais suscetíveis ao stress."

Tudo na vida é tempero, se exagerar no discurso puramente emocional, algo tão usado por imbecis políticos damagogos, fica realmente intragável. Porém, somos razão e emoção, e embora ficamos patéticos se escravos de nossas emoções, ficamos robotizados demais se usarmos só a razão. Digamos que a razão aponta o que é certo e errado, mas a emoção tem que assinar embaixo. E vice versa.




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